A Salvação é imediata, o milagre é agora.
A Salvação é imediata, o milagre é agora.
"Quando o Cristo foi crucificado, crucificaram dois ladrões a seu lado. Estes dois ladrões simbolizam duas atividades face ao amor do Cristo: a do que crê e a do que se recusa a crer. Um deles abre sua consciência a um amor mais vasto que tudo o que ele pode imaginar e o outro se fecha, duvida da possibilidade desse amor. Nós somos esses dois ladrões e oscilamos entre os dois. Em certos dias cremos que somos perdoados, que somos amados e em outros dias descremos. São dias de abertura e dias de fechamento. E Cristo disse àquele que se abriu: - "Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso". Ele não diz que isso ocorrerá em uma próxima vida após ter passado por todas as etapas de purificação. Ele não diz: - "Terás muitas vidas a viver antes de me encontrares" e, sim, "Hoje mesmo estarás comigo".
"O perdão, como técnica de parto, de liberação do carma, é um dos aspectos mais importantes do cristianismo. Porque perdoar alguém ou perdoar a si mesmo é deixar de se fechar às consequências negativas de seus atos, não identificar o outro com o mal que ele fez e não nos identificarmos com o mal que fizemos. O perdão leva a uma liberação do carma, a uma liberação desta identificação com a causa negativa dos nossos atos.
"Às vezes pensamos reconhecer alguém que nunca vimos antes e isso pode ser explicado de diferentes maneiras. Alguns podem dizer que o conheceram em uma vida anterior, outros que o conhecem de sua vida interior - principalmente se o encontro foi muito profundo. Porque em alguma parte de nossa profundeza somos um. Trata-se de fazer a ligação entre o que está no inconsciente da profundeza e o que está na consciência habitual em que vivemos. É como se fizéssemos a ligação do fundo de um poço, onde partilhamos o mesmo rio, e a sua borda - apesar de, às vezes, parecerem afastados um do outro. Estas imagens nos lembram que o mesmo fenômeno pode ser interpretado de outra maneira e que a interpretação pela reencarnação pode ser útil e mesmo necessária para alguns, para torná-los responsáveis pelos seus atos, para explicar um certo número de injustiças e de desigualdades. No entanto, em um outro momento, este tipo de explicação não mais nos satisfaz e talvez seja o sinal de que despertamos para uma dimensão de nós mesmos que se chama, em diferentes tradições, experiência da ressurreição ou _anastasis_. O nosso ser mortal abriu-se ao nosso ser eterno.
Jean-Yves Leloup, in: Palavras da Fonte: Comentários sobre trechos dos Evangelhos de Maria e Tomé. (pp. 60-1)
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